Silvicultura

A silvicultura é uma “Ciência que trata da administração técnica das florestas, visando o fornecimento contínuo de benefícios.” Ela é uma ciencia relacionada ao estudo dos métodos naturais e artificiais de regenerar e melhorar os povoamentos florestais, buscando satisfazer as necessidades do mercado consumidor e também a manutenção e o uso racional das florestas. Uma definição simplificada seria: uma área coberta de árvores, já uma complexa: “conjunto de seres vivos, com predominância de árvores, vivendo em equilíbrio e ocupando extensa área de terra”.

florestalA Silvicultura possui dois tipos de beneficios, que os quais são: diretos e indiretos. O primeiro está relacionado aos produtos fornecidos ao homem, como por exemplo: madeira e outros produtos, como carvão, látex, etc. Já o segundo está relacionado às questões sociais (preservação de água e de espécies vegetais e animais, etc) e ambientais (atividades relacionadas ao ensino, lazer, pesquisa, etc).

Dentro das florestas existem os organismos produtores e consumidores, onde estes possuem cada um seu papel no sistema. Os produtores são as plantas (infinitas espécies), que com a presença de água e luz realizam a fotossíntese. Já os seres consumidores são os restantes dos organismos (animais), que são incapazes de realizar a fotossíntese.

Os fragmentos florestais são áreas de vegetação natural, interrompidas por barreiras antrópicas ou naturais, capazes de reduzir significativamente: o fluxo de animais, pólen ou sementes. A borda, o tipo de vizinhança, o grau de isolamento, o tamanho e a forma dos fragmentos, são os principais fatores a serem considerados.

Em relação às classes de dominâncias, existem apenas quatro tipos: árvores dominantes, codominantes, intermediárias e dominadas.

Dominantes: são as espécies mais altas, ou seja, recebem luz vinda de cima e das laterais. Árvores codominantes: recebem plena luz na parte superior e pouca nas laterais. Já as intermediárias recebem pouca luz na parte superior e quase nenhuma nas laterais. E por último as árvores dominadas não recebem luz direta, nem acima, nem nas laterais.

Em relação as classificações de florestas, existem 5 tipos: quanto a origem, composição, função, espécie e idade.

ORIGEM: podem ser florestas naturais (formadas naturalmente, ou seja, sem a interferência do homem) e florestas artificiais (formadas pela ação do homem);

COMPOSIÇÃO: podem ser puras ou mistas. A primeira é homogênea, quando há predominância de uma só espécie (acima de 80%). Já o segundo tipo são comuns em condições naturais, ou seja, são também mais heterogêneas, por possuírem varias espécies florestais.

FUNÇÃO: podem ser classificadas em comerciais (produção de madeira e outros produtos florestais), de proteção (valor social e ecológico, ou preservação da biodiversidade) e de uso múltiplo (uso misto, tanto para produção, quanto para proteção).

IDADE: podem ser equiâneas e inequiâneas, a primeira o próprio nome já diz, árvores da mesma idade, geralmente em povoamentos artificiais, já a segunda são caracterizadas por terem árvores de idades diferentes, geralmente em povoamentos naturais ou artificiais com diferentes objetivos.

ESPÉCIE: dois tipos, coníferas e folhosas. Florestas coníferas são as Gymnospermas (araucárias, pinheiros, etc) – puras, já o segundo grupo são pertencentes às Angiospermas, ou seja, arvores mistas.

No Mundo existe apenas 4 bilhões ha de florestas, com taxa de desmatamento de aproximadamente 20 milhões de ha / ano. Nas áreas tropicais esse número gira em torno de 15 milhões de ha / ano. Em especificamente no Brasil esse número fica próximo de 30% = 4,5 milhões de ha / ano.

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As principais vegetações encontradas no território brasileiro são: a floresta amazônica, a mata atlântica, o cerrado, a vegetação do pantanal, a caatinga, a mata de araucárias e os campos.

O Brasil pode ser dividido em duas grande regiões quanto às formas de exploração florestal. A primeira região é a Amazônia Legal, na qual ocorrem basicamente as atividades de extrativismo e corte ilegal de madeira. Já a segunda região compreende a área que vai do sul da Bahia até o Rio Grande do Sul, na qual existem cultivos comerciais de madeira, principalmente de eucalipto e Pinus.

Os benefícios diretos que obtemos das florestas são classificados em dois tipos: madeiras e extrativos, onde o primeiro retiramos madeira roliça (postes, dormentes, estacas, etc), serrada (toras e toretes), beneficiada (peças aplainadas, macheadas, chanfradas, frisadas ou não), painéis de madeira (laminado, compensado, aglomerado e chapa de fibra), celulose e papel (vegetais arbustivos, palha de gramíneas).

Já do extrativos retiramos resina (cola de papel, desinfetantes, graxas para sapatos, tintas, etc), óleos essenciais (sabão, plásticos, produtos farmacêuticos, vernizes, tintas, lubrificantes, etc), taninos (propriedade de preservar proteína animal – curtume), corantes e látex (floema – produção de borracha).

Podemos obter nas áreas florestais diversos tipos de combustíveis florestal, os quais são: resíduos florestais, lenha, carvão vegetal, gases e álcoois.

As florestas fornecem grandes benefícios ambientais e sociais. Ambientais: conservação do solo (evitam impacto direto da chuva e proteção contra incidência direta do sol), produção de água (proteção aos mananciais, evita o assoreamento dos cursos d’água, evitam enxurradas na época das chuvas, etc), influência sobre o clima local (maior umidade relativa e menor temperatura no solo), proteção da flora e da fauna. Já os benefícios sociais são: florestas, proteção e manejo, atividades recreativas, turísticas, educacionais e pesquisa científica.

flopaineeisDendrologia é o ramo da botânica que estuda as plantas lenhosas, principalmente árvores e arbustos, e as suas madeiras. Centra-se sobretudo sobre as espécies com importância econômica, classificando-as sob o ponto de vista sistemático e fitogeográfico e do crescimento do tronco e da produção madeireira.Em outras palavras é a parte da Silvicultura que inclui os estudos morfológicos, anatômicos, fisiológicos e de classificação sistemática das árvores.

As árvores são vegetais perenes que produz lenho secundário e atinge altura mínima de oito metros na fase adulta. Possuem: raízes, caule e folhas. Seu sistema radicular fixa a árvore ao solo de onde retira, por meio dos pêlos absorventes, a água e os sais minerais indispensáveis à sua vida. Podem ter raízes pivotantes (raiz principal cresce verticalmente no solo e ocorrem na maioria das essências florestais) ou superficiais (próximas à superfície do solo).

O caule é a parte da árvore que fica entre as raízes e a copa, onde possuí as funções de sustentação (da copa), de condução (da seiva) e de armazenamento (de substancias de reserva). É também a parte da árvore que fornece a madeira sendo, portanto, a mais importante. Este é dividido em 3 partes: medula (tecido meristemático primário, localizado na região central em toda a extensão do tronco, com pequena importância), xilema (parte mais importante da árvore, é dividido em cerne e alburno) e casca (parte interna e externa).

Cerne: é a parte interna do lenho, sendo fisiologicamente inativo, possuí células lignificadas, no geral é mais escuro, menos permeável, mais comercial e tem como função mecânica a sustentação. Já o alburno: é a parte externa do lenho (lenho jovem), sendo fisiologicamente ativo (células vivas), com função de condução e armazenamento, é mais claro, mais permeável, menos comercial, susceptível a organismos deterioradores (xilófagos) e diferente do cerne é de menor densidade.

Casca interna: floema – condução da seiva elaborada. Casca Externa: inativa fisiologicamente, provém do floema e tem a função de proteção do lenho.

O crescimento do caule pode ser em altura (meristemas apicais) ou em diâmetro (câmbio – tecido meristemático secundário). Nas estações de primavera/verão a gema apical produz maior quantidade de auxina, portanto o crescimento vegetativo é mais intenso. Já nas épocas de clima mais ameno (outono/inverno) ocorre o inverso (menor produção de auxina em relação à giberelina).

Em relação as árvores, elas possuem formas variadas: forma específica e florestal. A árvore apresenta forma específica quando cresce isoladamente, recebendo luz plenamente; os ramos laterais são bem desenvolvidos e persistentes, ela adquire a forma típica da espécie. Já a forma florestal ocorre quando cresce integrando um maciço florestal; ela apresenta um fuste longo, livre de ramos laterais até determinada altura do solo, encimado por uma pequena copa.

Classificação quanto às essências florestais: longevidade (duração de vida), sociabilidade (povoamentos homo ou heterogêneos), frugalidade (consumo de nutrientes), naturalidade (nativas, exóticas e introduzidas), tolerância (habilidade das especies crescerem e sobreviverem na sombra de outras), resistência (comportamento em relação aos fatores ambientais), morfologia (coníferas e folhosas)  e quanto ao grupo ecológico (pioneiras, secundarias e climaceas.

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